Workshop: Filosofia com amor - O que pensam os filósofos sobre o amor?

No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Filosofia, realizou-se no dia 15 de novembro, o Workshop FILOSOFIA COM AMOR, dinamizado pelo Dr. Eugénio Oliveira, da APEFP (Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática) sediada em Braga.

Este dia é celebrado em todo o mundo na terceira quinta-feira do mês de novembro e instituído pela UNESCO em 2002, como resultado da necessidade de levar a humanidade a refletir sobre os acontecimentos atuais, fomentar o pensamento crítico, criativo e independente e contribuir para a promoção da tolerância e da paz. A Filosofia enquanto atividade, apesar de ser desvalorizada por algumas pessoas, é transversal a diversas áreas, como por exemplo, no humor de Ricardo Araújo Pereira. Porém, embora não resolva todos os problemas é uma ferramenta essencial, pelo menos, como tentativa de resolução dos mesmos.


O amor é um dos conceitos mais importantes e complexos da filosofia tendo sido abordado por vários filósofos ao longo da história. Em geral, o amor é entendido como uma emoção complexa que se pode manifestar de diferentes maneiras e ter diferentes objetos. Neste workshop foram abordadas três perspetivas do amor: o amor platónico - Platão; a perspetiva do amor de Schopenhauer e a perspetiva de Simone de Beauvoir.

Não podemos falar de amor sem falar do seu oposto, o ódio - bipolaridade dos valores.

O amor Platónico, pode ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não se toca, não se envolve, é feito de fantasias e de idealização, onde
o objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as qualidades e sem defeitos.
Significa encontrar/procurar a pessoa que nos completa, sendo este percurso uma busca perpétua. Platão (427/347 a.c.) entendia o amor como uma força que pode ajudar as pessoas a alcançar maior compreensão e sabedoria, e que pode levar ao amor pela beleza e pela verdade em si mesmas.

Segundo Schopenhauer (1788/1860) apaixonamo-nos até de forma inconsciente,
somos atraídos por pessoas, através de processos inconscientes, apaixonamo-nos por alguém que não tem os nossos defeitos. Dito de outra forma, tentou definir o amor como a manifestação de um desejo inconsciente de perpetuar a espécie. Para ele, o amor romântico é uma invenção cristã.

Na perspetiva de Simone de Beauvoir (1908/1986) e Jean Paul Sartre (1905/1980) não há separação entre o corpo e a mente, a pessoa é para eles uma totalidade - não há de um lado, um corpo e de outro, uma inteligência ou um espírito. Do mesmo modo, também não dissocia nunca o sexo do amor. Daí a seguinte afirmação proferida por Sartre “no amor, um mais um é igual a um”. Por isso, que quando se deseja sexualmente, não se deseja um corpo, deseja-se uma pessoa, e uma pessoa é uma subjetividade livre com a qual a minha subjetividade se confronta. O princípio do amor é o respeito.

Em jeito de conclusão, ao abordarmos, ainda que muito superficialmente, estas
três perspetivas ficamos a conhecer um pouco mais acerca do tema, demonstrando que a filosofia apesar de muitos considerarem que tem pouca utilidade, ela é capaz de explicar os fenómenos sociais que acontecem, desbravando novos caminhos para que o pensamento avance. A Filosofia tem a capacidade de derrotar a ignorância e de desenvolver o pensamento autónomo. Por fim, deixamos um agradecimento ao Dr. Eugénio Oliveira, pela sua disponibilidade em abordar este tema, mostrando-nos um outro lado dos problemas sobre os quais a filosofia se debruça.

Pela turma 11.º E
N.º 3, Ana Beatriz Moura
N.º18, Rúben Sampaio


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