Homenagem a Manuel Henrique Almeida - Professor de Filosofia e Maestro do grupo Coral da ESE




No dia mundial da filosofia

Já é longa e plural a história dos professores de filosofia da ESE. Nela, como em todas as estórias, cabe também a memória e o reconhecimento dos que por aqui passaram, como o nosso colega Manuel Henrique Almeida, recentemente falecido, que teve na comunidade escolar um papel memorável, não só como docente como também como 1º Diretor do Centro de Formação e como maestro do grupo coral. À BE legou um vasto espólio da sua Biblioteca pessoal.
Procurar entre os jovens o sentido de um professor, o contributo para a formação integral dos alunos, pareceu-nos ser o modo mais assertivo de o representar. 




Decidimos por isso divulgar a voz de Vítor Mota num escrito em junho que fala da música do maestro, do amor à vida e às ideias, à filosofia e aos amigos:

“Ontem morreu um amigo. Daqueles que marcam a vida para sempre. (…).

No início da minha adolescência desenvolvi um enorme interesse por música. (…). Ia aprendendo por mim (…) mas faltavam-me as bases para evoluir. Foi então nessa altura que o meu pai resolveu pedir ao Manel, que era maestro e um músico com bases sólidas, que me desse umas aulas. Lembro-me perfeitamente do nosso encontro naquele domingo no café Chaimite em Rio Tinto, (…) dirigiu-se a mim e disse-me: "então o teu pai falou-me que queres aprender música. Faz-me aí uma escala de Dó Maior na mesa". Eu troquei mal os dedos e ele lançou-me um olhar e balbuciou algo que sugeria que seria de esperar muito trabalho pela frente comigo.

Seguiram-se muitas tardes em casa dele onde para além de teoria musical falávamos de muitos outros temas, emprestava-me livros que depois comentávamos em sessões posteriores. (…). Claro que também não nos esquecíamos do nosso FCP (…) Fomos (…) juntos (…) ver o nosso Porto ao velhinho estádio das Antas. Aquelas caminhadas para o estádio eram sempre mais uma oportunidade para ir discutindo os mais diversos temas até ao apito inicial e a bola começar a rolar no relvado deixando para trás o Sócrates, Platão, Nietzsche, Bach, Beethoven, Debussy e tantos outros que tanto quanto sei nunca jogaram no FC Porto!

Ele era um professor de Filosofia e acima de tudo alguém que encarava o mundo como um verdadeiro filósofo. As nossas conversas (…) ajudaram-me a crescer ……………

Obrigado por tudo Manel. Partiste. (…). Mas a marca que deixas na minha memória, e acredito que na de muitos nós, permanecerá e continuará a moldar os que por ti foram tocados.




(clicar nas imagens para aumentar)



P.S.: compus esta música, https://www.youtube.com/watch?v=fISu_2xl9UA, na altura em que tinha aulas com o Manel. Foi um dos exercícios de composição musical que ele me deu onde me pediu para musicar parte de um poema da poetisa Brasileira Cecília Meireles.»





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