quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

DIA INTERNACIONAL DA FILOSOFIA – 19 Nov. 2015

No passado dia 19 de Novembro, no âmbito da comemoração do dia Internacional da Filosofia, a Escola Secundária de Ermesinde recebeu, com auditório cheio, o Professor Luís Veríssimo, para uma sessão-debate em volta de um tema tão antigo como controverso, e enquadrado perfeitamente na atualidade recente, O Problema da Guerra Justa.

Esclarecendo primeiro que a sessão desenvolver-se-ia sobre o campo moral da questão, começou com a seguinte questão “Poderão existir guerras justas?”. Rapidamente, aquilo que seria uma palestra dirigida pelo convidado, tornou-se numa exaustiva discussão entre o locutor e a plateia, contribuindo para uma maior cativação do interesse do público havendo uma diversificada participação ao longo de toda a sessão. Em primeiro lugar, não só foi referido o caráter injustificável da guerra como conflito armado, tal como alguns membros do auditório defenderam, como ainda, que, em caso de ataque, existe direito à legítima defesa momentânea como medida de proteção e atenuação do problema. Já em caso de retaliação/contra-ataque não momentâneo, isso seria considerado um ato de vingança gerador de maior conflito propulsor da sua continuidade e não da sua opressão, como seria desejado.

O orador foi aproveitando as intervenções do auditório e os seus argumentos para apresentar as diversas teorias defendidas por diversos filósofos ao longo da história: os Pacifistas e os Realistas, que, face à questão inicial, respondem negativamente, mas são ainda assim muito diferentes entre si; e os defensores da Teoria da Guerra Justa (Tradicional) e defensores da Teoria da Guerra Justa (revista/contemporânea) que, em posição contrária às anteriores, respondem afirmativamente.

De seguida, esclareceu que para os Pacifistas todas as guerras são injustas, pois implicam provocar deliberadamente a morte a outros seres humanos, enquanto que, para os Realistas, os conceitos de justo ou injusto não se aplicam à guerra, defendendo que, quando nos encontramos perante assuntos de política internacional, a guerra trata-se apenas de um meio de preservar a soberania de um estado face aos outros seguindo a analogia do “conquistar ou ser conquistado”.

Por oposição, os Teóricos da Guerra Justa acreditam na possível existência de moralidade na guerra, e que por vezes, se estas obedecerem a um certo conjunto de critérios, podem ser consideradas justas. Assim, é o conjunto desses critérios que define e demarca cada uma destas teorias, quer a Tradicional, quer a Contemporânea, critérios esses que são portanto agrupados segundo 3 grupos: just ad bellum (critérios que focam principalmente as condições em que será justo iniciar uma guerra, como a existência de uma causa justa, entre outros); just in bello (critérios que definem como deverá ser a conduta dos militares numa situação de guerra, como por exemplo a discriminação e imunidade dos não-combatentes); e just post bellum (critérios que caracterizam como deve ser o tratamento dos vencidos de guerra). Assim, se perante uma situação de guerra, todos estes critérios, desenvolvidos e aperfeiçoados por vários filósofos ao longo dos séculos, forem cumpridos, as guerras poderão, aos olhos destas teorias, ser consideradas justas.

Como seria no entanto de esperar, não se saiu da sala com uma verdadeira conclusão face ao problema inicial, mas saíram sim, os alunos, com mais um assunto para debater em casa e mais um motivo para ponderarem sobre a atualidade que nos rodeia.

Maria Carolina Brás – 11ºB
Rúben Araújo – 11ºB



 
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